Palavras, frases, textos que nutrem… Imagens que confortam e criam alegria de onde brota a Felicidade. A Felicidade é uma escolha, uma escolha que vem de dentro e ilumina para fora. É o modo como olhamos e tocamos o mundo e o transformamos num lugar melhor. Aqui, a esperança, mais que uma intenção, é a certeza que leva à ação e à concretização dos meus, nossos, sonhos. *Textos, desenhos e fotografias da minha autoria ,exceto indicação em contrário (Lioness)
dezembro 12, 2022
Black and White
novembro 22, 2022
Minhas Ancestrais 🙏🥰
A minha avó materna era e sempre será uma referência para mim. A minha mãe dizia-me muitas vezes que eu me parecia com ela. Da minha avó sentia sempre uma segurança, tranquilidade, leveza, era de uma sabedoria e alegria com rugas serenas, com traços sorridentes, com uma luminosa e generosa alegria por viver.
setembro 20, 2022
Escrever o lugar
É hora de almoço,
Ninguém no escritório,
Apenas eu a escrever à mão, no lugar,
Num caderno aos quadradinhos,
Com a sala na penumbra.
Debruçada na secretária,
Frente ao computador que coloquei em pausa,
Escrevo num lugar que frequentemente ocupo para o cumprimento das minhas funções laborais.
Hoje tento transformar a saudade em algo mais que a dor desmedida que sinto dentro;
Tenho tentado todos os dias desde que a minha mãe partiu.
A minha mãe gostava muito do autor José Luís Peixoto, foi através dela que chegou até mim o livro “Livro” (desculpem-me a redundância mas não é obra do acaso), assim como tantas outras histórias, livros , contos, textos, crónicas e escritores que me sugeriu, partilhando o seu imenso gosto pelo conhecimento, pela arte, pelos afetos e pela vida.
Como professora de português que foi durante mais de quatro décadas terá transmitido o seu enorme entusiamos e paixão pela literatura a muitos alunos, enaltecendo a habilidade de alguns comunicarem através das palavras escritas e o enorme poder transformador que a leitura pode propiciar.
“Morreste-me, Mãe”, é uma frase que muitas vezes me vem ao pensamento neste verão de 2022, numa dor que me trespassa, que às vezes tem o tamanho do vazio que me ficou. Não li o livro de José Luis Peixoto “Morreste-me”, mas o título só por si, numa palavra, diz tanto do que se sente ao perder-se fisicamente alguém que amamos.
Há uma crónica de um escritor que a minha mãe adorava, António Lobo Antunes, que refere que “as pessoas de quem gostamos e partiram amputam-nos cruelmente partes vivas nossas, e a sua falta obriga-nos a coxear por dentro”, e essa simples frase descreve bem o sentimento da crueldade da morte, que é e será sempre prematura .
Agora tenho na mesa de cabeceira “ As Mais Belas Coisas do Mundo” de Valter Hugo Mãe, outro autor da sua Top List de escritores portugueses. A minha mãe queria oferecê-lo a um dos netos e eu sugeri que fosse muito cedo para falar a uma criança da morte, ingenuidade a minha, pois precipitou-se necessário, com a partida precoce da avó.
A lista dos seus favoritos é vasta, entre escritores lusófonos e das mais diversas nacionalidades e localizações geográficas.
A verdade é que tento ocupar o imenso vazio da sua ausência de alguma coisa, mas qualquer coisa me parece insuficiente, pequena, insignificante, e então vem a dor como uma sombra que se agiganta para devorar o vazio. Talvez escrever o lugar me faça permanecer, em mim, recriar as memórias e pontapear a dor da sua ausência para nela recriar a felicidade que é ser filha de uma mãe tão imensa. Talvez a leitura me salve da tristeza por tê-la perdido tão cedo, talvez a leitura me faça voltar a encontrá-la no prazer por ler, ou talvez seja a escrita a salvação, para que não haja dor sobre o silêncio nem sobre espaço para a dor ficar. Para, assim, o vazio ter palavras e ser literário.
Ou talvez tenha de sair do lugar uma vez por outra, ir a outro lugar e a outro, para fazer da continuação da minha vida tantas histórias, e ler e escrever em muitos lugares e, tal como me mostrou a minha mãe, preencher os vazios de conhecimento, cultura, literatura, afetos e sobretudo de um entusiasmo contagiante por viver.
agosto 24, 2022
Monólogo com a minha Mãe
Mãe,
julho 28, 2022
Era uma vez ...
Os meus pais casaram-se jovens, cheios de sonhos, inocência, paixão e criatividade. Conheceram-se nos bailes, no tempo em que o namoro começava com o homem a convidar a mulher para dançar. Toy era bom dançarino, e Sol um pouco mais tímida mas deixou-se seduzir pela simpatia e cortesia do belo rapaz que insistentemente a convidava para rodopiarem juntos no salão, para se equilibrarem no movimento delicado dos corpos a acompanharem as melodias.
Ambos nascidos em Angola, nos anos 50, em resultado dos seus familiares terem sentido necessidade de procurar melhores condições de vida, como consequência do regime politico do Estado Novo em Portugal.
Sempre gostei de folhear os álbuns de fotografias antigos, é como ter acesso ao passado, observar histórias através das imagens escolhidas, dos frames da vida registados e impressos.
O álbum de casamento dos meus pais mostra rostos muito jovens, lembra histórias de príncipes e princesas, fadas e seres fantásticos, as roupas especiais, risos, poses, celebração e memórias antes de mim. Os álbuns contam as histórias que quis contar quem cuidadosamente os organizou, histórias ilustradas, a minha mãe era boa a contar histórias.
O mundo dos contos e da fantasia povoaram desde cedo a minha infância, talvez por isso observasse tudo como parte de um argumento maior do qual todos fazemos parte.
Sol estudara línguas e literaturas românicas, tornando-se, muito jovem, professora de português e francês. Gostava das palavras, da literatura, da poesia e eu crescera com uma formação intensiva para o domínio da língua, escrita e falada. Não escapavam erros de português a Sol e, ironicamente, sempre fui extremamente distraída e por vezes trocava “s” por” “c” ou “ss”, ou “o” por “u” mas sabia, num misto de resignação e rebeldia, que esses lapsos ortográficos seriam detetados e corrigidos pela minha mãe.
Toy trazia o gosto por desenhar com facilidade e aptidão para a matemática. Além disso sempre gostou também de fotografia, de desporto e é daquelas pessoas capazes de resolver enigmas, consertar coisas e descobrir o valor das incógnitas.
Há dons que nascem connosco mas que só podemos desenvolver se nos forem proporcionadas condições para tal. Tive o privilégio de me ter sido incentivado desde cedo o acesso à arte e também ao gosto por aprender. Também a bondade, o humanismo, a justiça, a solidariedade, foram competências incentivadas pelos meus pais.
Mais de meio século de vida em comum, pq aos anos de casamento se somam os de namoro.
Na verdade eram o complemento um do outro, vê -los juntos era tão certo como o azul do mar ou a grandiosidade das florestas verdes.
Conseguiram manter -se juntos mmo quando a vida lhes pôs os maiores desafios, aceitavam as imperfeições um do outro assim como cada um de nós aceita as suas próprias fragilidades porque a perfeição é para onde caminhamos não onde estamos.
Amavam-se verdadeiramente , riam-se juntos, cuidavam um do outro, de si mesmos, faziam o projetos em conjunto.
Amores assim são raros, é preciso ser -se gentil e grato com a vida.
Eram generosos juntos, cuidaram dos meus avós maternos com todo o amor e na velhice, com mais de 90 anos, foi com os meus pais que puderam contar para as necessidades de apoio que surgiram.
Anos de viagens de muitos kms frequentes, com o objetivo de os apoiarem, contactos com pessoas que pudessem cuidar deles e da casa e não precisassem de ir para um lar. Qdo não podiam,por algum motivo, lá ia eu ou o meu irmão ver como estavam os velhotes.
Não tive possibilidade de cuidar da minha mãe velhota, partiu fisicamente antes que tivesse qualquer necessidade de apoio ou dependência. Vou recorda-la sempre forte, cheia de vitalidade, com aquele sorriso generoso, a gargalhada límpida e o enorme amor que me tinha, que nos tinha.
A genuína gentileza e puro amor não é para todos. Juntos, estavam sempre disponíveis para os filhos, netos, e tb para outras pessoas... Quem esteve atento e de coração aberto percebeu -o e sentiu-o.
A minha mãe queria ainda fazer tantas coisas e merecia-o, locais que gostava de visitar, pessoas que gostava de abraçar, e novos projetos criativos para tornar o mundo um lugar melhor e mais bonito, como as pinturas de mandalas, os filtra-sonhos as malas coloridas feitas com amor e na perfeição.
O meu pai foi um privilegiado por ter sido a pessoa que neste mundo esteve com ela mais horas de vida partilhada. Esse privilégio foi livre escolha de ambos e também recíproco, a minha mãe foi uma privilegiada pelo amor que ele sempre lhe dedicou.
Há projetos que não vão poder realizar os dois mas faço votos que o meu pai possa realizar alguns por ambos e por si próprio também porque vi, senti e ainda pressinto o amor imenso que souberam ser em conjunto, um para o outro e também para os que lhes estavam perto 🙏💕
Porque a vida continua para cada um de nós que cá permanecemos e o passado serve para ser memória feliz e honrámo-lo, para ser impulso de agradecermos o respirar e as ínfimas possibilidades de sermos felizes e criarmos o futuro:
Contamos contigo pai, para construirmos mais amor, empatia, justiça, equitabilidade, alegria, num mundo tantas vezes virado do avesso .
Contamos que a mãe , que em jeito de anjo da guarda, nos ilumine e proteja .
Beijinhos dos filhos e netos,
Consequências vivas do vosso encontro amoroso 🥰
junho 21, 2022
Sunshine 😇 Anjo de Luz
abril 26, 2022
Sunrise ☀️🍀
💗
Comemorar o nascimento de uma mãe
É comemorar a vida ,
Os tempos que nos antecederam, o hoje, o futuro 🤗
Festejo o nascimento e a vida da mulher que me trouxe ao mundo e sua própria liberdade e escolha de continuar connosco 🙏
Mãe Solange, celebrar-te hoje é uma dádiva e duplamente entusiasmante 💕
Comemoramos o teu nascimento e o ser humano que és, alegre, altruísta, criativa, empática, persistente, inteligente, resiliênte, amorosa, paciente, carinhosa, cheia de energia e essa vontade de seres cada vez melhor e de aprender todos os dias.
🍀🍀🍀🍀
Festejamos os teus belos anos de vida e o teu despertar em data de aniversário, porque renasceste novamente na mesma vida, neste abril de 2022.
Sentimo-nos gratos por fazeres deste teu dia de aniversário uma celebração e a certeza que a vida tem mesmo muitos motivos para sorrirmos.
Que venham muitas voltas ao sol, tragam dias alegres, tranquilos, saudáveis, amorosos e positivos ☀️🤗
Cá estaremos, juntos, para superar desafios e nos amarmos confiantes na vida 🥰
abril 06, 2022
Hoje talvez nasça um poema
Sabes quando a manhã começa aparentemente igual a tantas outras, o despertador que toca à mesma hora, os dez minutos que pões a mais para fingir dormir mais pouco, o sol a entrar pela janela da cozinha enquanto o cheiro a café vai impregnando, algum transito a caminho do trabalho…
E então começas a reparar que cada gesto ou ação é novidade, que a repetição é só aparência, que é mesmo um novo dia e as rotinas apenas são ilusão superficial do despertar.
É a partir de dentro que acordamos. Não é o exterior que nos desperta, somos os nossos próprios gestores e decisores do que sentimos dentro.
Pensar é uma forma de traduzir sensações e emoções em ideias e permite-nos a comunicação, nem todos os animais são dotados de pensamento, saber pensar é essencial para ser humano e feliz, mas também para criar felicidade.
Sempre gostei das palavras, talvez por isso tenha começado a falar cedo e também cedo a escrever… Gosto da escrita, das palavras em português, da possibilidade de chegar ao outro através da linguagem.
Claro que há muitas linguagens, a arte disponibiliza-nos uma vasta panóplia de comunicação, e a arte de escrever requer, mais que disciplina, leitura e treino, a ousadia de nos atirarmos em voo confiando que se dissermos as palavras certas vamos conseguir planar e, mais além, comunicar aos outros como se faz.
Cada um de nós tem em si o potencial de ser o que quiser, quem quiser, e se cada um tiver a ousadia de escolher o melhor de si, imagine-se o potencial de transformação da humanidade que teremos pela frente. Estamos interligados uns aos outros, não somos meros indivíduos fechados no ego umbilical. Assim que começamos a respirar, e lembro-vos que costuma ser sonoro esse chorar para a vida, deixamos de estar dependentes do corpo de alguém para sermos nós mesmos (embora por algum tempo a vulnerabilidade e necessidade que nos alimentem, cuidem, vistam, acarinhem). A ligação que mantemos uns com os outros, não física, mas emocional, existencial, espiritual , não é umbilical mas vem de dentro.
Dentro de cada um de nós, além do potencial para sermos o que quisermos, ou quem quisermos, encontramos a consciência universal, o âmago da essência de toda a vida.