agosto 20, 2020

Lendo 📚

 "Para sermos felizes, precisamos de ter alguma coisa para resolver. Assim a felicidade é uma forma de ação, é uma atividade (...)"  (A Arte Subtil de Saber dizer que se Foda)

Parece - me fundamental conhecermo-nos a nós mesmos, nas qualidades e também nas partes menos boas, aceitarmos quem somos e amarmo -nos apesar dessa distância inevitável de sermos perfeitos. Aceitar que a perfeição é um objectivo mas não um estado de permanência é meio caminho andado para percebermos que a felicidade, além de estar íntimamente relacionada com a aceitação das dificuldades e desafios inerentes ao facto de estarmos vivos, também tem uma dose enorme de gratidão pelo caminho percorrido e por todas as possibilidades de futuro. 

agosto 12, 2020

Queres casar comigo? 🥰😍

Já vivi algumas histórias de Amor. Com paixões arrebatadoras, promessas de eternidade, sonhos e projetos partilhados.

Tive a dádiva de dar à luz 2 seres extraordinários e experiênciar essa sublime  forma de Amor incondicional. Ser mãe é dos maiores privilégios que me proporcionou o meu corpo de mulher, o meu coração pulsante e amoroso, a minha alma eterna.

Nunca me casei. Podia tê-lo feito uma ou outra vez mas a minha busca de perfeição no Amor romântico não me fez dar esse passo. 



Para mim a liberdade é importante, assim como o respeito, a aventura, a confiança, a tolerância, a alegria, o romantismo, a simplicidade, a paixão, a verdade, o carinho,..., e não encontrei quem completasse comigo esse pacote completo de emoções de construção de Amor romântico e evolução partilhada. 

Sei que sou uma mulher bonita, atraente, inteligente, sensível, carinhosa e com muitos atributos para ser feliz de mãos dadas com outro ser. Também sou independente, impulsiva, teimosa, inconstante e aprendi que sou mais feliz sozinha que com quem não me aceita ou compreende como sou. 

Não tenho qualquer preconceito relativamente a raças, géneros, idades ou outros. Compreendo relações em que casais têm vários parceiros (as) sexuais, relações homossexuais, desde que ambas as partes se sintam confortáveis e o desejem, e acho surreal que alguém tenha como bloqueio à sua felicidade a cor da pele ou a idade, porque, de facto, o amor vai muito além de estereótipos e aparências, apesar de mtos padrões familiares ou sociais erróneos. 

Não sou lésbica, nem poligama, mas podia ter sido se me tivesse apaixonado por alguém do mesmo sexo ou por vários alguéns. Sou anti preconceito, anti racismo, anti ignorância. 

Estou bem comigo, não preciso de alguém que me preencha as carências emocionais mas preciso de amigos, como toda a gente, e às vezes preciso mais ainda de estar comigo mesma. 


Com 45 anos, algum caminho feito pelos trilhos das emoções e da sexualidade, tenho a comunicar - vos que me apaixonei verdadeira e irreversivelmente por alguém. 

Tentei perceber as razões de amar assim, se seria apego, obcessão, carência, ilusão, insegurança, despi-me e descasquei todas as possibilidades até perceber que era, de facto, Amor, puro Amor. 

Também tentei procurar motivos para (des)gostar da pessoa e esquecer e, ainda assim, mantive - me apaixonada. 

Fiz por me apaixonar por outras pessoas e não fui capaz, não da mesma forma, embora com afeto e carinho, não pude ignorar a presença, em mim, de um Amor que me parece existir desde sempre. 

Então, deixei de procurar razões e de criar expectativas e apenas aceitei. 

Aceitei que é um Amor que me pertence no sentido de ter o privilégio de o poder sentir. 

E se um dia me casasse com alguém, mesmo que fosse depois dos 50, só poderia ser com um Amor assim, que me fizesse sentir alegria pelo simples facto de ter coração, com pureza infantil e maturidade de Amor evoluído e , também, recíproco 🙂



agosto 08, 2020

Ama Te ❤️

Ama com tudo o que tens, com a inteireza de quem és. 

Seduz com gestos suaves para suavemente acarinhares com bem querer.

Mostra a tua beleza com orgulho de seres única (o) e insubstituível. 

Não precisas de filtros, máscaras ou cosméticos. 

Apenas sê, que a tua luz interna brilhe e exale o seu perfume. Inteira (o) permite-te a liberdade.

A beleza vem de dentro muito mais que da aparência das formas e se o que vês te encanta o que pressentes, é Amor ❤️



junho 27, 2020

Florescer da humanidade


Hoje, ao folhear um livro, deparei-me com a pergunta: “Estará a Humanidade preparada para uma transformação da consciência, um florescimento interior tão radical e profundo que, comparado com ele, o florescimento das plantas, por mais belo que seja, não passa de um pálido reflexo?”


Observo que este parece ser o momento para uma transformação de consciência da humanidade, que essa possibilidade emerge com uma força invulgar e que não podemos continuar a querer repetir as lógicas ilógicas que nos trouxeram até aqui, como  o excesso de consumismo, a ausência de conhecimento, arte e cultura nas populações em geral, a falta de consciência global, as diferenças assombrosas de modos de vida, a destruição de habitats, a exploração de outros seres humanos, etc.

Cada um de nós, cada consciência que se amplia e floresce contribui para que mais possam despertar.

junho 25, 2020

Sabores de Infância


Quando era criança brincava muito na rua, não havia telemóveis  nem se imaginava sequer o mundo tecnológico atual.
Não foi assim há tanto tempo, parece que foi ontem… Tínhamos imensa liberdade, sabíamos que havia horas para ir para casa, explorávamos o mundo, fazíamos amigos, aprendíamos sobre partilha, afetos e crescíamos saudáveis com uma boa capacidade motora, equilíbrio e  estrutura física. Tive esse privilégio em vários dos locais onde residi, fosse no distrito de Lisboa ou no Alentejo. Umas vezes estavam primos, noutras amigos , de cá ou de lá, mas quem estava sempre, mesmo, era o meu irmão. O meu irmão e eu temos uma diferença pequena de idades. Na maneira de ser as diferenças são muitas mas as nossas diferenças não são,  nem nunca foram, impedimento de aprendermos um com o outro, aliás, acredito que as nossas diferenças sempre nos fizeram um bocadinho melhores.

Para mim, a família é muito importante, pelas raízes comuns que nos dão a identidade própria, como um mapa antigo que nos caracteriza, pelo que escolhemos abraçar dessas raízes e pelo que preferimos afastar também. Igualmente  importante são os amigos que escolhemos ao longo do nosso percurso, esses são aqueles que queremos ter a nosso lado em determinada fase do percurso, aqueles com que nos identificamos. Tenho amigos a quem chamo de irmãos,  talvez por esse amor enorme que nos faz ser família de coração de alguém. Mas além desses irmãos que escolhi, a vida escolheu um irmão para mim, e neste caso específico, sinto-me tão grata, porque o irmão que a vida escolheu é um amigo que escolhi com o coração.

O meu irmão tem estado  sempre presente, desde que nasceu, não  imagino como teria sido a minha infância sem ele, nem quero imaginar, acho que assim que o vi foi amor à primeira vista. Era   um bebé lindo, um menino lindo e é um  homem belíssimo,  mas o que gosto mesmo é de tudo o que se pode aprender com um irmão mais novo, porque nem sempre são os mais velhos que sabem mais.

Fui  apanhar amoras silvestres e senti a lembrança dos sabores de infância. Piquei-me toda nas silvas e depois fiquei a pensar que não me recordava da dificuldade de colher amoras. Quando eramos miúdos apanhávamos imensas, chegámos a levar para casa. Mas a nossa infância também teve sabor de “azedas”, pinhões, sabor salgado do mar, ou doce de pingos de chuva. A nossa infância foi recheada de sabores, aromas, cores, sensações, emoções.  Apanhávamos girinos, íamos às  hortas, fugíamos às vezes de inimigos visíveis ou invisíveis (e nunca fomos apanhados), corríamos, andávamos de bicicleta, às vezes caímos  e depois levantávamo-nos, brincávamos muito e o meu irmão aparece em praticamente todas as minhas memórias de infância.  Também na adolescência tivemos amigos e experiencias partilhadas e há coisas que sabemos um do outro e que só mesmo os melhores amigos sabem.
Nesta altura em que se sentem tanto os efeitos das novas regras pandémicas e  o medo latente em muitas pessoas, assim como a esperança emergente e revolucionária noutras, neste tempo em que é urgente cultivar a alegria, a empatia, a solidariedade , em que é preciso mudar as politicas e os políticos, as crenças, o consumismo, a educação, e prenhar a humanidade de consciência, sabedoria e ações sustentáveis,  sou grata por continuar a sentir que no maior de todos os desafios (que é este de se ser adulto e consciente num mundo caótico),  na maior das aventuras (pois já não temos a ingenuidade e a pureza da infância),  continuo a contar com o meu irmão (e ele comigo),  para que os sabores da nossa infância de liberdade possam deixar um legado para o futuro.
Que os sabores de infância dos nossos filhos tenham a alegria dos nossos e que possamos,  hoje  e amanhã, contribuir para construir um futuro feliz para eles e para os que lhes seguirem.

junho 21, 2020

🙏 Despertar




Se te dissessem, há um ano, que 2020 traria uma pandemia, pausas em muitas atividades económicas, suspensão de aulas presenciais na europa durante pelo menos 3 meses, obrigatoriedade no uso de máscaras, acharias, muito provavelmente uma ideia louca, digna de se tornar guião de um filme de ficção cientifica.


O planeta Terra tem muitos kms de cidades, vilas, aldeias e muitos habitantes humanos. As realidades que se vivem atualmente por esse mundo fora diferem muito de região para região e aqui, neste pequeno país a ocidente da Europa, continuamos a ser uns privilegiados se compararmos com habitantes de outras regiões do globo.


Muitos de nós foram levados a desacelerar o ritmo, a terem tempo para pensar, descansar, meditar, ficar em casa (como muitas vezes desejariam sem a possibilidade de o fazer). A muitos foi dada uma oportunidade incrível para refletir e decidir mudar rotinas, padrões e reorganizar-se de modo a viver de acordo com o que sente e acredita.
Nem todos tiveram essa possibilidade, é um facto, curiosamente os desafios para cada um de nós não são exatamente os mesmos, estão relacionados com as nossas experiências anteriores, as nossas crenças, as nossas escolhas, o nosso propósito ou dharma e o nosso despertar individual e, consequentemente, coletivo.
Cada ser humano que desperta e é mais consciente, permite a outros que o mesmo lhes aconteça, estamos todos ligados.
São tempos exigentes, para todos, para alguns o desafio é mais físico, para outros intelectual ou emocional, porque embora ligados não somos exatamente iguais uns aos outros e as diferenças não são algo que nos distancia, mas que nos complementa.
Aos que têm um desafio sobretudo emocional posso garantir que é mesmo uma questão de perspetiva, de nos observarmos de ângulos diferentes e de por em marcha o plano de quem nascemos para ser. É essencial que façamos escolhas conscientes, tanto nas relações interpessoais como naquilo que comemos, no que dizemos, no tempo que dedicamos a nós mesmos e aos outros; é essencial aprendermos a estar connosco próprios e a amar-nos incondicionalmente, na beleza da nossa essência e também nas nossas imperfeições; é essencial sermos gentis e amorosos, mas também assertivos e justos.  Cuidemos também da nossa saúde física e dos nossos pensamentos, respiremos profundamente e cultivemos o amor, a tolerância, a liberdade e a alegria.
Axé



junho 08, 2020

Lotação das praias e Dia Mundial dos Oceanos

Sei que um dos debates atuais na sociedade, com ou sem redes, são as lotações das praias e a sua sinalética, em consequência dos tempos epidémicos que experienciamos.
Aproveitemos então a aproximação do verão e a celebração do dia mundial dos oceanos, que deverá ser pensado e celebrado diariamente, para refletirmos um pouco sobre o que tem vindo a acontecer aos oceanos do nosso maravilhoso planeta azul.
Como suponho que saibam, os oceanos absorvem CO2  e estão a acidificar, em resultado do aquecimento global. Os corais são fortemente afetados por isso, mas não só, todos os organismos com conchas são também afetados, levando ao desequilíbrio do ecossistema. 
As consequências sentem-se  nos organismos marinhos e inevitavelmente  também em nós, humanos, que além de querermos um lugar ao sol para colocar a toalha na praia, obtemos muitos alimentos da pesca.

Em suma, não apenas a subida do nível do mar terá influência na vida do planeta mas o aumento da absorção de carbono pelas águas  tem uma ação direta nos ecossistemas  aquáticos, alterando a sua temperatura, levando a acidificação  e alterando os níveis de oxigênio e nutrientes essenciais para a manutenção do equilíbrio. 
As extinções em massa e a diminuição da biodiversidade não são filmes de ficção científica, assim como as pandemias também não. 
É hora de agir sim, de fazer escolhas de consumo conscientes  e  de exigir um futuro para a biodiversidade e para a espécie humana. 
Também a reflorestação é essencial para minimizar a absorção de carbono pelos oceanos. 
Pensem, informem - se e mmo que consigam o vosso quadrado de praia para colocar a toalha não se deixem dormir. 
Ah, e já agora, evite-se o plástico descartável e não se espalhe lixo descuidadamente sem a mínima consciência de que cada ação individual  tem impacto no coletivo.

#worldoceansday

junho 07, 2020

Flor do Deserto


Se quiséssemos situar no tempo o início de uma história de amor quando seria esse momento? No dia em que um dos intervenientes nasceu? Mas nesse dia o outro já existia? No dia em que os tetravós de cada um se encontraram? Quando a vida na terra começou a surgir?  O momento exato que proporciona o encontro de amor é difícil de registar cronologicamente, assim como o espaço… Qual o local na terra que terá dado início ao encontro amoroso entre um homem e uma mulher. Ou será entre dois homens, ou duas mulheres? Ou entre um homem e várias mulheres ou vice –versa, ou entre vários homens e várias mulheres. Em todas as histórias de amor há sempre muitos envolvidos, quer se queira ou não, porque as pessoas têm família, amigos, passado,  e, quer se queira quer não,  as histórias de amor mesmo que tenham o seu encontro de luz entre duas almas propagam-se em cascatas de energia amorosa por todos aqueles que estiverem direta ou indiretamente ligados aos apaixonados.
* A Flor do Deserto percorre vários caminhos da vida de uma personagem na busca de a si mesma e da Verdade do Ser.



O Segredo do Tempo


«É impressionante como as pessoas se deixam levar pelas rotinas e como o mundo, sobretudo nas cidades ou subúrbios, está cada vez mais acelerado. Nas aldeias ou vilas ainda se consegue alguma qualidade de vida e menos corre corre entre despertadores, transportes públicos, escolas, atl, trabalho, adultos apressados e crianças com diagnóstico de hiperatividade. Trabalha-se muito e comunica-se menos. No geral, os tempos livres são cada vez mais passados frente à TV ou aos telemóveis. Atualmente há quem leve telemóveis para a mesa, inclusive quando estão a comer, porque olhar para o ecrã e fazer uns quantos cliques no “touch” é mais fácil que interagir com o meio.

Acho que deve ser recorrente, que a maioria de nós já experimentou esse aceleramento matinal para cumprir horários. Tem de haver uma incrível gestão do tempo para não entrar no frenesim, nas idas à casa de banho apressadas, no pequeno-almoço tragado em poucos minutos. Os adultos, sobretudo, são exímios nesse acelerador de tempo que é o stress. Por tudo e por nada olham o relógio e fazem mesmo com que os segundos no tiquetaque pareçam passar mais depressa. As crianças conseguem estar menos ligadas a cronómetros, mas também elas começam a dar sinais da velocidade suburbana e social da atualidade.

Uma das coisas que difere das zonas rurais ou das aldeias para as áreas urbanas, é que as pessoas não precisam de usar tanto o carro, andam mais a pé ou de bicicleta. Também há menos gente apressada e, normalmente, isso influencia o estado de espírito geral. Andar mais a pé ou fazer caminhadas pode ser uma forma de se ganhar tempo. Curiosamente, aquela meia hora, que dispensamos, pode resultar em tempo mais nas nossas ações e com certeza mais qualidade de vida. Assim também é com a meditação ou até com um hobby, como pintar, ir a aulas de música, sentar numa esplanada a contemplar, andar de bicicleta ou qualquer outra atividade que nos seja prazerosa.»




*Pequeno excerto do Livro para publicação  "O Segredo do Tempo" , sobre o tempo  que se conta em tiquetaques, o tempo como emoção.
❤O que é isso do tempo passar depressa ou devagar?   Um ano pode ser muito tempo ou pode passar quase à velocidade da luz. E dez anos? E cem anos?





Love is Love


Se o meu coração fosse uma janela seria com vista para o mar. Mas o meu coração tem janelas , portas, passagens secretas, esconderijos, esperanças, desilusões, é terra fértil de amor, é fogo pulsante de paixão, também é sangue com sabor a mar e ar puro onde esvoaçam borboletas.
Ah, se o meu coração fosse uma janela… Mas o meu coração é uma casa inteira, é um planeta, é como a infinitude do universo. Por isso, do meu coração, vêem-se também as estrelas.
 

 
Se quiséssemos situar no tempo o início de uma história de amor quando seria esse momento? No dia em que um dos intervenientes nasceu? Mas nesse dia o outro já existia? No dia em que os tetravós de cada um se encontraram? Quando a vida na terra começou a surgir?  O momento exato que proporciona o encontro de amor é difícil de registar cronologicamente, assim como o espaço… Qual o local na terra que terá dado início ao encontro amoroso entre um homem e uma mulher. Ou será entre dois homens, ou duas mulheres? Ou entre um homem e várias mulheres ou vice –versa, ou entre vários homens e várias mulheres. Em todas as histórias de amor há sempre muitos envolvidos, quer se queira ou não, porque as pessoas têm família, amigos, passado,  e, quer se queira quer não,  as histórias de amor mesmo que tenham o seu encontro de luz entre duas almas propagam-se em cascatas de energia amorosa por todos aqueles que estiverem direta ou indiretamente ligados aos apaixonados.
 
Gosto mesmo de histórias de amor, sobretudo daquelas que falam mesmo de verdade, de esperança, de construção.
*De uma História de Amor em (re)construção❤

junho 02, 2020

Dia da criança, todos os dias ❤


Assinalam-se datas no calendário, na intenção de relembrar todos aqueles que possam estar mais distraídos, que não nos podemos esquecer, todos os dias, de ter ações que contribuam para sermos mais humanistas e menos egocêntricos. Contudo, todos os dias são  dia da criança (pelo futuro da humanidade), assim como da mulher (pela igualdade do género), da mãe e do pai (pelas afetos e cuidados na nossa existência individual), dos irmãos (pela partilha de vivências e experiências ao longo do nosso crescimento), do ambiente (que urge não negligenciar pelo futuro das gerações que nos seguem), da terra (nossa casa comum), entre outras datas igualmente fundamentais, para se refletir sobre o nosso papel e contributo na sociedade e no planeta. Estamos a viver tempos novos, tempos de mudança, e  queremos que o pós-covid possa ser celebrado como o sinal stop para a humanidade crescer e fazer diferente, fazer melhor. Se hoje é dia da criança, que o é todos os dias, não permitamos mais que se continuem a negligenciar crianças, a maltratar, explorar, nem lhes contaminemos mais a casa comum com o nosso lixo, o nosso consumismo desenfreado, a nossa alienação, a nossa negligência; enquanto adultos conscientes. Todos temos uma criança interior, é certo, e que essa criança nos recorde de como é bom ser criança e de como se confia nos adultos para construir o futuro. Que essa criança interior nos sirva para nos lembrar que somos adultos e temos uma responsabilidade social para com todas as crianças do mundo, nossos amanhãs e futuro da humanidade. Que os direitos das crianças sejam de facto respeitados, que tenham cada uma, conforto, carinho, alimentação, segurança, tempo para brincar e muitos sonhos para concretizar. Quando eu era criança e percebia que nem todas as crianças tinham a felicidade de ter as alegrias que pude experienciar, ficava indignada e achava que, com certeza, o mundo tinha de mudar.
A nossa indiferença pelo outro faz-nos, sim, menores do que podemos ser. Como adultos, deixemo-nos de desculpas e façamos um mundo melhor. Este é o desafio, agora, todos os dias.

Não sei se se têm apercebido mas há cada vez mais pessoas na rua, com máscara e sem máscara, parece que o confinamento deixou as multidões sedentas dos parques, das praias, dos espaços na natureza! (Também é um facto que há muitos shoppings encerrados e acreditaria que há uma possibilidade real de mudança em massa se não observasse ainda pouco civismo, como lixo largado pelo chão, por exemplo, sem qq respeito com o outro ou com os locais aprazíveis onde se pode caminhar ou piquenicar.) 

Há um longo e árduo trabalho para o despertar global ou consciência geral e isso passa pela educação, pela cultura, pela informação credível, pelo esclarecimento. 
Não só a saúde ou a distribuição de bens essenciais (ou outras funções que estiveram em acção a 100% no estado de emergência) são necessárias! 
Todos são necessários, que se valorize devidamente aqueles que trabalham em prol de uma humanidade melhor e pelo futuro. A saúde, a alimentação, a educação, a cultura, a arte, a alegria, o contacto com a natureza, a ciência, a história, o conhecimento, a descoberta, a socialização, a partilha, a empatia, a solidariedade, a verdade, são essenciais ao desenvolvimento humano. 

Dia da criança, todos os dias. 

Grata por me ter sido permitido ser criança e feliz e por continuar a  acreditar no futuro🙏

maio 05, 2020

Pensamentos em (des)confinamento


Vivemos tempos desafiantes para todos, por ínfimas razões.

 Alguns ficaram sem trabalho ou estão em lay-off, muitos ficaram a trabalhar a meio gás e, com a crise emergente, adivinham-se dias difíceis. Não é preciso ser vidente ou visionário.

Ninguém vive do ar apenas, nesta Europa (quase) desenvolvida, onde os coronas tentam um lugar ao sol, homens e mulheres têm contas para pagar, casa, água, luz, net, talvez carro ou passes para os transportes públicos, seguros, roupas, artigos vários, supérfluos ou não, alimentação, etc. urge sobreviver.

 A maioria dos que trabalhavam com público, fosse na área do espetáculo, educação, animação ou outra, tiveram de adaptar as suas profissões ou ficaram a aguentar a incerteza e a aguardar melhores dias, até que o inimigo invisível seja uma fraca ameaça.

 

Quem manteve o trabalho, adaptou-se a uma nova realidade, com novas regras, uso de máscaras, distanciamento, saindo de casa apenas para aquisição de bens essenciais, atividades laborais. Observou-se um enorme apagão em atividades lúdicas, culturais e de lazer. Sem concertos, idas ao teatro, exposições, ateliers, atividades desportivas, parques ou espaços de convívio ao ar livre…

Os mais velhos tiveram de se manter à distância dos familiares e dos netos, envoltos  em afetividades virtuais, beijos e abraços pelo whatsaap ou messenger e muito cuidadinho para as pequenas criaturas que lhes descendem não os contagiassem com uma espécie de zombi a  ganhar terreno nos corpos humanos. Ao que parece, os mais novos têm forte probabilidade de ser assintomáticos e transmissores do potencial inimigo, sendo, consequentemente, um perigo para a saúde pública.

As crianças e jovens, confinados às suas casas, sem o convívio real com outras crianças e jovens, sem poderem brincar, correr, saltar, abraçar, crescer e aprender juntos, e com crescentes exigências virtuais, com aulas no computador e/ou na TV, imensos trabalhos, links, propostas de visualizações de vídeos, sites para pesquisa e emails para responder. Estes,  os homens e mulheres de amanhã. O que se pode espera que venham a ser, meninos e meninas que não socializam uns com os outros, nem brincam na rua?

Imagino que quando se voltar a frequentar o espaço escolar, as medidas de cuidado sejam tantas que se algum jovem for apanhado a tirar a máscara atrás do pavilhão, numa tentativa de saber a que sabe um beijo, possa sujeitar-se a um processo disciplinar ou a uma suspensão. Imagino apenas, e espero estar redondamente enganada. Peço-vos que me ajudem a imaginarmos, juntos, melhor.

 

Alerta, algo tem de mudar. A quarentena ensinou-nos, entre muitas outras coisas, que o mundo precisa de menos poluição,  menos CO2 na atmosfera, menos filas de trânsito, menos multidões em correria frenética para cá e para lá e, pelo contrário, mais caminhadas ao ar livre e a desaceleração de uma realidade que se impôs insustentável.

 

Não, não queremos voltar ao que tínhamos, não, não queremos condenar as gerações depois de nós ao eterno uso de máscara e à destruição dos espaços naturais da nossa casa maior, o planeta terra. Se nada fizermos depois do covid-19, virão outros vírus. E não sou eu que o digo, mas a maioria dos cientistas. Basta pesquisarem um pouco a informação disponível.

 

Não precisamos do medo, no sentido de ficarmos paralisados ou não pensantes e cegamente obedientes, precisamos sim de ter a coragem de mudar as nossas ações, individualmente e em grupo, porque não chega continuar no conformismo deixando que outros decidam por nós, pelas nossas vidas e pelo futuro dos nossos filhos e netos. Precisamos de respeitar o nosso vizinho, colega, familiar e manter as distâncias, para que não nos invadamos uns aos outros e respeitemos o espaço de cada um.

De facto, não precisamos de muitas coisas, como vários pares de sapatos, armários cheios de roupa e outros bens materiais, muitas vezes desnecessários e dos quais abdicámos no tempo  de confinamento.

Queremos  mais tempo para nós e para os familiares, de fortalecer o comércio local, reforçar a possibilidade de teletrabalho em muitos setores da nossa atividade profissional, onde se demonstrou essa viabilidade, precisamos de um mundo que não nos leve à extinção nas próximas décadas, da qual, queridos humanos, já estivemos mais longe.

Há medidas políticas que terão de mudar. É necessário abrandar o aquecimento global do planeta, pôr um travão à extinção de espécies e decréscimo da biodiversidade, fazer menos lixo e reduzir, reutilizar, reciclar, além de outros rs.

Estejamos  atentos ao que se passa noutros continentes, porque inevitavelmente vai afetar-nos e, enquanto aceitarmos as enormes discrepâncias sociais por esse mundo fora, vamos continuar muito longe de ser a geração da mudança positiva. Bem, geração da mudança já somos, resta definir que mudança queremos ver no mundo.

A humanidade precisa de menos coisas, mais afetos, mais empatia, mais arte, mais cultura.

Como poderíamos viver sem música? Ou sem literatura? Sem pintura?

 

A arte é essencial para sermos melhores pessoas. O conhecimento e a empatia de mãos dadas podem criar possibilidades de transformação infindáveis.

Estamos no início dos anos 20, em pleno século XXI, cada um de nós deve assumir o potencial adormecido em si, o génio entorpecido, não de forma egoísta e narcisista, mas de forma altruísta e verdadeiramente empática e superar-nos, individualmente e socialmente.